PAISAGENS PERDIDAS
PAISAGENS PERDIDAS
Minhas letras escritas agora,
São como o pasto nativo,
Que brotam ao romper da aurora,
Como o reculuta primitivo.
Um cantar orelhano, galponeiro,
Entoadito a lo largo na pampa,
Se estende no Rio Grande campeiro,
Como um laço num par de guampa.
Como num tendeu de espora e mango,
Que rompem o silencio da aurora,
Sai meio que calango,
Meus versitos a campo fora.
Como num relincho de socorro,
Clama preces as alturas,
Como num foguito pachorro,
Se vai com o vento nas lonjuras.
E a poeira das invernadas,
Se foi junto as patas dos bois,
O relincho das manadas,
Perdido ao vento teatino,
Se amadrinham ao destino,
Como num talonaço de adagas.
Assim no mas me pergunto,
Afinal quem sou eu,
Um campeiro que leva junto,
As lembranças que o mundo esqueceu.
Ass. Mateus Sala.